Doce de Tomate: Tradição Portuguesa com Sabor a Memória

 


Doce de Tomate: Tradição Portuguesa com Sabor a Memória




O doce de tomate é muito mais do que uma simples sobremesa – é uma viagem no tempo, uma herança de gerações e uma verdadeira joia da gastronomia portuguesa. Quem nunca provou uma fatia de pão com doce ou compota caseira de tomate, ainda morna, não conhece o verdadeiro significado de conforto à mesa.


Doce de Tomate: Tradição Portuguesa com Sabor a Memória


Entre tachos de cobre e colheres de pau, o doce de tomate mantém-se como um dos doces tradicionais portugueses mais acarinhados. Seja no Norte ou no Sul, este doce típico marca presença em muitas cozinhas, especialmente durante o final do verão, quando o tomate maduro atinge o auge da sua doçura e se torna ideal para conservar fruta em casa.

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Fazer doce artesanal de tomate é uma arte. É preciso tempo, dedicação e aquele toque especial que só as avós conhecem. O processo lento de apurar, o aroma que se espalha pela casa, o brilho rubi que surge no frasco… tudo isso faz parte da magia de preparar doces em casa com alma e tradição.


Como Servir: Versatilidade em Cada Colher


Não há limites para saborear este doce: combina na perfeição com queijos, tostas crocantes ou numa simples torrada. Também é uma excelente opção de doce para rechear bolos caseiros, tartes rústicas ou servir como destaque em tábuas de petiscos. Uma solução versátil para quem procura doces de fruta com sabor autêntico e elegância à mesa.

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Além do sabor marcante, o doce de tomate tem uma forte ligação à identidade e à tradição culinária portuguesa. Em muitas aldeias e vilas, continua a ser preparado segundo métodos tradicionais de conservação, sem pressas e com ingredientes naturais, resultando num doce natural sem conservantes que honra as receitas antigas portuguesas.


RECEITA DE DOCE DE TOMATE


INGREDIENTES
  • 2,5 Kg tomate maduro;
  • 1,250 Kg açúcar;
  • 1 ou 2 Paus de canela conforme o seu gosto;
  • Sumo de meio limão;
  • 2 ou 3 Cabeças de Cravo-da-índia.


PREPARAÇÃO

Passo 1
Comece por pelar o tomate, sendo que a melhor forma de o fazer é dar-lhe um golpe em cruz na parte de baixo e coloca-lo por uns segundos em água a ferver. Retire-os de seguida e coloque-os em água fria, depois a pele irá sair com muita facilidade;

Passo 2
Corte-o ao meio e aperte ligeiramente para retirar a maioria das sementes, deixando algumas para que o doce ganha consistência. Pique-o grosseiramente ou pode mesmo utilizar em metades se gostar mais de pedaços grandes no doce;

Passo 3
Numa panela de fundo grosso para não pegar faça camadas alternadas de tomate e açúcar. Adicione os paus de canela e os cravinhos. Regue com o sumo de limão. Reserve com a panela tapada por 2 horas para que o tomate liberte água e se funda com o açúcar;

Passo 4
Leve depois ao lume - Se o tomate tiver libertado muita água e o açúcar estiver diluído, utilize lume forte. Se não, lume brando até o açúcar estar completamente dissolvido. Deixe cozer em lume médio/baixo e com a panela destapada durante aproximadamente 30 minutos ou até que o tomate esteja cozido mas com boa consistência. Mexa ocasionalmente e somente para não pegar ao fundo da panela. Com a ajuda de uma escumadeira molhada em água fria, vá retirando a espuma que se irá formar;

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Passo 5
Assim que desligar o lume, retire (se os encontrar) os cravinhos, as cascas de limão e o pau de canela e, de imediato, coloque o doce em frascos de vidros com tampa metálica e muito bem lavados e secos (importante estarem bem secos). Tape-os de seguida e coloque-os por cima de um pano na bancada da cozinha e virados para baixo para ganharem vácuo – será o vácuo que o irá conservar. Com um outro pano, tape-os para não ficarem em contato com a luz direta e protegidos de correntes de ar para não rebentar o vidro.


Guarde em local seco e fresco, sem contacto com luz e irá poder guardar por muitos meses. Depois de aberto, guarde no frio.


NOTAS: Utilize frascos relativamente pequenos para que ao consumir não fique muito tempo no frio. Depois de aberto o frasco a calda terá tendência para solidificar, o que irá alterar a sua consistência e qualidade. Pode também se for o seu gosto, aromatizar com algumas ervas aromáticas, tais como: tomilho, manjericão, alfazema ou outra a seu gosto.  

Pode não deixar o tomate e o açúcar em repouso, nesse caso, terá que cozinhar em lume muito baixo, durante bastante tempo e sempre a mexer. O resultado não é melhor e o tempo necessário acaba por ser igual, sendo que o trabalho é significativamente superior.


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Nota Final: O doce de tomate é apenas uma das muitas delícias que fazem parte da nossa tradição culinária. Se gostou desta viagem de sabores, explore outras receitas no blog — há muito mais para descobrir, reinventar e saborear na companhia de quem mais gosta.

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